A realidade sistêmica!
- Neiva Klug
- 8 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 10 de jul.
- Até que ponto nos sentimos presos em nosso sistema familiar!?
- Tanto nos aspectos positivos quanto nos menos favoráveis, tanto nas cargas que suportamos quanto nos recursos de que dispomos.
Com frequência, estamos tão presos quanto sustentados por nosso sistema, mesmo que isso possa parecer uma contradição.
A epigenética, ramo da ciência que estuda a influência das experiências e acontecimentos de vida na expressão e modulação dos genes, demonstra como essa influência é regida pelo que é vivido ao longo de diversas gerações, e não só pela própria biografia.
Agora sabemos que os fatores ambientais podem modificar os genes, e a epigenética explica como os filhos herdam os traumas de seus pais.

É impossível separar biologia de biografia! Isso nos fala Gabor Mate, especialista em traumas e vícios, enfatizando a influência de nossas experiências infantis e familiares no bom ou mau desenvolvimento de nossa saúde mental.
Um exemplo típico dessa influência se observa nos soldados da Confederação que estiveram nos campos de prisioneiros da União no final da guerra de Secessão estadunidense.
Viviam amontoados, passaram muita fome, muitos perderam a vida.
Seus filhos e netos herdaram o trauma, e seus descendentes sofreram uma taxa de mortalidade muito mais alta do que o resto da população.
Há estudos que provam isso. As guerras, a fome, os massacres e genocídios deixam marcas epigenéticas nos descendentes de suas vítimas.

Se trabalharmos para curar os traumas, é possível deter o processo epigenetico e evitar que as futuras gerações herdem os sofrimentos dos pais e outros ancestrais anteriores.
Aqui abro um parêntese para falar sobre o benefício de fazer parte em um campo fenomenológico , um campo de constelação familiar, onde vemos diariamente pessoas encontrarem alívio, liberar cargas emocionais que arrastaram durante a vida inteira.
O sucesso das constelações familiares se deve a sua audaz afirmação de que o campo familiar, além do social, guarda uma memória: na biologia de cada pessoa está escrita a biografia de todo seu sistema, com especial influência das três ou quatro gerações precedentes.
Cada um de nós não é um só, e sim muitos!
Essa idéia pode ser até mesmo perturbadora para quem acredita que é dono do seu destino, alinhada com a concepção de individualidade onipotente e ilimitada que prevalece em nossa cultura ocidental.

Essa compreensão pode causar desconforto pois trata se de aceitar que a influência sistêmica se estende a todos os aspectos de nossa vida, mas , a realidade é intrinsecamente sistêmica e relacional.
Essa realidade nos convida a andar pelo labirinto da vida, cujas metáforas ou mapas nos mostram os caminhos que nos unem, os que nos separam, os vínculos que se formam ou que mudam seguindo os movimentos que se apresentam.

Cada sistema familiar tem o seu labirinto, a sua confusão.
Por isso , a realidade sistêmica nos convida a entrar no labirinto de maneira a não perder o fio , para poder sair desse labirinto.
Para isso é preciso saber e cultivar o olhar do observador.
Esse olhar que busca a dança da vida, entre o humano e o espiritual, entre o eu e o nós, entre a vida e a morte.
Em transitar com soltura e com alegria pelos grandes eventos da vida!
Baseado em trecho da obra do Joan Garriga, Constelar a vida!




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