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As Hostilidades

Atualizado: há 3 dias

Tempos atrás, fiz uma excursão ao Lago de Genesaré, em Israel, onde há dois mil anos um homem de Nazaré percorreu suas margens e, em uma colina nas proximidades, falou das oito bem-aventuranças. Há uma paz extraordinária nesse local. Era possível sentir que se trata de um lugar especial.


Ali me lembrei do que Jesus disse sobre o que torna alguém bem-aventurado. Uma das coisas era: “Bem-aventurados os que promovem a paz porque serão chamados de filhos de Deus”. Também disse: “Amai vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam”.

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Algumas vezes, a maior inimizade e o maior ódio se dão no relacionamento mais íntimo. Por quê? Porque é no relacionamento mais íntimo que também se pode ferir mais profundamente. E não tanto porque um faz algo ao outro. A ofensa mais profunda ocorre quando uma esperança sonhada não se cumpriu. Bem-aventurados são aqueles que amam seus inimigos e fazem bem aos que os odeiam.

Assim, chega-se a um nível superior, que Jesus descreveu da seguinte maneira: “Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos”. Quem alcança esse amor, como o sol sobre todos, tal como são, embora sejam diferentes, como o homem e a mulher. E faz cair a chuva que traz a bem-aventurança a qualquer um, tal como é. Refleti a esse respeito às margens do Lago de Genesaré.

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Em seguida, tentei compreender o que se passa na alma, qual é o processo que acaba possibilitando esse amor. E me ocorreu uma frase: “Amor significa: reconheço que todos, tal como são, assemelham-se a mim diante de algo maior. Reconheço que todos, por mais diferentes que possam ser, assemelham-se a mim diante de algo maior”. Isso é amor. Com base nisso, todo o restante pode desenvolver-se.


E o que é humildade? A mesma coisa: “Reconheço que todos, por mais diferentes que possam ser, assemelham-se a mim diante de algo maior”. Humildade significa reconhecer que se é apenas uma pequena parte entre uma multiplicidade e que a plenitude só é alcançada quando tudo o que é diferente puder coexistir de maneira equivalente e ser reconhecido como igualmente válido.

E se houve ofensas? “Perdoar e esquecer são a mesma coisa: reconheço que todos, por mais diferentes que sejam, assemelham-se a mim diante de algo maior.”


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Podemos aqui fazer um pequeno exercício para compreendermos esse amor. Imaginem-se indo até aqueles que algum dia os ofenderam e feriram. Digam a cada um deles: “Sou como você”.


Em seguida, imaginem aqueles aos quais vocês fizeram alguma coisa ou ofenderam de alguma maneira e digam a cada um deles: “Sou como você. Você é como eu”.


O que você vivenciará ao final desse exercício? A resposta pode ser resumida em uma única palavra: Paz.


Bert Hellinger.

Meu Trabalho. Minha Vida. P 236 e 237

 
 
 

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